Escolher os bicos pulverizadores do autopropelido de forma estratégica vai além da técnica — é uma decisão que impacta diretamente a produtividade da lavoura. 

Os bicos são acionados na última etapa do sistema de pulverização: é por meio deles que o defensivo atinge o alvo e elimina pragas e ervas daninhas.

Neste conteúdo, você confere os principais tipos e 10 dicas para acertar na escolha dos bicos do seu pulverizador autopropelido, considerando o tipo de produto, cultura, velocidade de operação, condições climáticas e mais.

Importância da escolha correta dos bicos de pulverização

A escolha do bico pulverizador interfere diretamente na eficiência da aplicação, na cobertura foliar e no risco de deriva. 

Quando os bicos estão desgastados ou mal selecionados, aumentam as chances de falhas no controle de pragas, doenças e plantas daninhas — além de gerar desperdício de produto. Segundo a equipe de especialistas da Stara:

Os bicos são peças-chave na aplicação agrícola, e pequenos problemas neles podem gerar grandes prejuízos — seja por perda de produto, má cobertura, deriva ou falhas de controle de pragas

Veja os principais benefícios que uma escolha correta pode trazer para o produtor rural:

  • Cobertura uniforme e precisa: o bico certo distribui as gotas de forma homogênea, evitando falhas na aplicação e garantindo que toda a planta receba a dose correta;

  • Redução de perdas por deriva: bicos compatíveis com o tipo de produto e com as condições climáticas minimizam o desvio de gotas pelo vento, protegendo áreas vizinhas e evitando perdas;

  • Eficiência no controle fitossanitário: gotas no tamanho certo, aplicadas com o padrão de jato ideal, aumentam a efetividade no combate a pragas e doenças — e elevam o potencial produtivo.

  • Economia e segurança: ao aplicar na dose certa, no lugar certo e com o mínimo de perdas, o produtor reduz custos e preserva o meio ambiente, além de proteger a saúde do operador.

Como reforçam os especialistas da Stara:

Não adianta ter um bom produto químico se ele não chega ao lugar certo. O bico é o que garante isso.

Saiba mais: Pulverizador autopropelido: como funciona na prática | Stara 

Tipos de bicos pulverizadores para autopropelido

A escolha do tipo de bico de pulverização deve levar em conta o produto químico, o alvo da aplicação e as condições ambientais. Conheça os principais:

Bicos de jato plano (leque)

Esses são os mais comuns na agricultura. Produzem um jato em forma de leque, ideal para coberturas superficiais e aplicações em linha.

  • Gotas: médias a finas;

  • Formato: leque em linha reta;

  • Usos típicos: herbicidas pós-emergência e aplicações em faixas;

  • Vantagem: excelente uniformidade na faixa, fácil ajuste de sobreposição;

  • Limitação: mais suscetível à deriva em ventos moderados.

Bicos de cone cheio

Geram um jato em formato de cone sólido, com boa distribuição em áreas com folhagem mais densa.

  • Gotas: finas;

  • Formato: cone sólido;

  • Usos típicos: fungicidas e fertilizantes foliares;

  • Vantagem: alta cobertura e penetração em dossel fechado (como soja);

  • Limitação: exige cuidado com a pressão para evitar gotas muito finas.

Bicos de cone vazio

Formam um jato em anel, com maior concentração nas bordas. São indicados quando a meta é atingir superfícies inferiores das folhas ou áreas de difícil acesso.

  • Gotas: muito finas (alta penetração);

  • Formato: cone anular (vazio no centro);

  • Usos típicos: inseticidas de contato, combate a pragas sob as folhas;

  • Vantagem: excelente penetração na planta;

  • Limitação: maior sensibilidade à deriva, ideal para dias com pouco vento.

Bicos anti deriva (Air Induction)

Misturam ar ao líquido para gerar gotas maiores e mais pesadas, reduzindo a chance de deriva.

  • Gotas: grandes com bolhas de ar;

  • Formato: leque com indução de ar;

  • Usos típicos: herbicidas sistêmicos;

  • Vantagem: menor risco de deriva mesmo em condições adversas;

  • Limitação: cobertura menos uniforme em alvos pequenos.

Bicos duplo leque (Twin Fan)

Possuem dois jatos opostos, o que melhora a cobertura em folhas verticais ou estruturas mais altas da planta.

  • Gotas: médias;

  • Formato: dois leques – frente e trás;

  • Usos típicos: fungicidas e inseticidas em culturas como milho e trigo;

  • Vantagem: maior eficiência em culturas altas, excelente cobertura lateral;

  • Limitação: pode exigir ajuste fino na pressão e na altura da barra.

Comparativo dos principais tipos de bicos para pulverização

Tipo de bico

Gotas

Uso mais comum

Vantagem principal

Jato plano

Médias

Herbicidas pós-emergência

Cobertura uniforme na faixa

Cone cheio

Finas

Fungicidas, adubos foliares

Penetração em folhas densas

Cone vazio

Muito finas

Inseticidas, pragas sob folhas

Alta penetração, ideal para alvos difíceis

Antideriva

Grandes

Herbicidas sistêmicos

Menor risco de deriva

Duplo leque

Médias

Fungicidas em culturas altas

Cobertura eficiente em folhas verticais


10 dicas para escolher o bico pulverizador ideal para um autopropelido

Verifique os itens a seguir para definir sua escolha. Considere os fatores e adapte as recomendações dos nossos especialistas para os contextos de sua lavoura.

1. Defina o produto a ser aplicado

Identifique se será usado herbicida, fungicida, inseticida ou adubo foliar. Isso impacta diretamente o volume de calda necessário e o padrão ideal de gota.

2. Verifique o modo de ação do produto

Existem dois modos principais a se considerar. O sistêmico penetra na planta e se move internamente, admitindo gotas maiores (bicos antideriva).

Já os de contato agem onde atingem e exigem gotas menores e boa cobertura (bicos de cone ou leque).

3. Considere as condições ambientais

Clima seco, temperaturas elevadas e vento constante aumentam o risco de deriva. Em ventos acima de 10 km/h, priorize bicos antideriva. Em condições mais calmas, é possível usar bicos com gotas finas.

Exemplo aplicado à rotina do produtor

Quando há vento constante acima de 10 km/h, o risco de deriva aumenta significativamente. O mais indicado é optar por bicos antideriva, que produzem gotas maiores e mais pesadas, menos suscetíveis a serem levadas pelo vento. 

Em situações de temperaturas elevadas e baixa umidade, o problema se intensifica, pois há maior evaporação das gotas antes mesmo de atingirem o alvo. 

Nesses casos, também se recomenda o uso de bicos que produzam gotas mais grossas. 

Já em condições de clima calmo, com vento leve e temperatura amena, é possível utilizar bicos com gotas finas, como os de cone vazio, que oferecem excelente cobertura e penetração, especialmente para aplicações de contato.

4. Conheça a velocidade de trabalho da máquina agrícola

A velocidade do pulverizador (ex: 20 km/h) afeta diretamente a vazão exigida em cada bico. Quanto maior a velocidade, maior a demanda de vazão.

5. Defina o volume de calda (L/ha) conforme o produto:

O volume de calda por hectare varia conforme o tipo de produto a ser aplicado. Em geral, utiliza-se 50 L/ha para herbicidas, que demandam menor cobertura. 

Fungicidas, que exigem maior contato com a parte aérea das plantas, costumam ser aplicados com 100 L/ha. 

Já os inseticidas, especialmente quando o alvo está em regiões menos acessíveis da planta, requerem volumes maiores — em torno de 150 L/ha ou mais — para garantir uma cobertura eficaz.

6. Calcule a vazão por bico pulverizador com a fórmula técnica:

 Q = (L × V × E) ÷ 600.  Onde:

  • Q = vazão do bico (L/min);

  • L = volume por hectare (L/ha);

  • V = velocidade (km/h);

  • E = espaçamento entre bicos (cm).

7. Escolha o tipo de bico conforme o objetivo

Leve em conta o padrão de jato, o tamanho da gota e o alvo da aplicação. Se necessário, consulte a seção anterior sobre os tipos de bico mais indicados.

8. Consulte a tabela do fabricante

Ela indica a vazão exata em diferentes pressões, o tipo de gota (fina, média, grossa) e a recomendação por tipo de aplicação. As cores dos bicos também seguem padrão ISO e ajudam na identificação rápida.

9. Teste na prática antes da operação

Monte os bicos na barra do pulverizador e faça uma verificação visual do padrão de jato. Use papel hidrossensível para avaliar a uniformidade e a sobreposição entre bicos.

10. Realize manutenção preventiva regularmente

Avalie o desgaste das pontas e a vazão real. Se o desvio for superior a 10% do valor nominal, substitua o bico imediatamente. Essa rotina deve fazer parte da manutenção preventiva das máquinas agrícolas. Isso evita falhas imperceptíveis que comprometem a eficácia da aplicação.

Como as tecnologias de pulverização Stara otimizam o uso dos bicos?

Além da escolha correta do bico, o desempenho da pulverização está diretamente ligado à tecnologia agrícola do autopropelido

Modelos como o pulverizador Imperador 3.0 e o Imperador 4000 já vêm equipados com sistemas que monitoram pressão, velocidade e vazão em tempo real, ajustando automaticamente a aplicação para manter a dosagem correta em qualquer condição de trabalho.

Esse controle automático de vazão, aliado ao suporte para diferentes famílias de bicos da Stara, garante precisão mesmo com variações de terreno e clima. 

O operador de máquinas agrícolas define o volume-alvo por hectare, e o sistema ajusta a pressão conforme a velocidade da máquina agrícola, evitando falhas de cobertura e desperdícios.

A compatibilidade dos pulverizadores Stara com diferentes tipos de bico — leque, antideriva, cone cheio, duplo leque — também facilita a adequação da aplicação ao tipo de cultura e estágio de desenvolvimento da planta, sem a necessidade de adaptações complexas.

Esse conjunto de tecnologias reduz o risco de erros, melhora a eficiência operacional e amplia a vida útil dos componentes, desde que os bicos sejam inspecionados regularmente e substituídos conforme as recomendações técnicas.

Conclusão

A eficiência na aplicação de defensivos começa na ponta: no bico pulverizador. Com tantas opções disponíveis no mercado, entender as características técnicas, o tipo de aplicação e as condições operacionais é o caminho para garantir alta performance no campo.

Os pulverizadores autopropelidos da Stara são desenvolvidos com tecnologias que facilitam essa escolha — como o controle automático de vazão, o suporte ao operador e a compatibilidade com diferentes famílias de bicos.

Com o bico certo, a dose certa e a regulagem correta, o resultado é produtividade, economia e mais segurança para sua lavoura.

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