A pulverização agrícola é uma das etapas mais decisivas da produção na lavoura. Serve para garantir a sanidade das plantas e a produtividade, mas exige cuidados especiais para evitar prejuízos e impactos negativos.

Um desafio constante nesse processo é a deriva, um fenômeno que pode gerar grandes prejuízos econômicos, sociais e ambientais.

Neste artigo, você vai descobrir como identificar a deriva, quais são as principais causas e como evitar o fenômeno de forma eficiente. 

O que é a deriva na pulverização e como identificar?

A deriva na pulverização agrícola pode ser definida como o deslocamento das gotas do defensivo agrícola para fora da área de aplicação desejada. Esse fenômeno ocorre principalmente quando fatores, como o vento, dispersam as partículas do produto, impedindo que atinjam a cultura-alvo.

Identificar a deriva nem sempre é simples, mas alguns sinais ajudam o agricultor a reconhecer o problema:

  • Formação de névoa visível: quando se observa uma "nuvem" de produto sendo levada pelo vento para além dos limites da lavoura. Esse é um indicativo claro de que o defensivo não está atingindo o alvo corretamente, representando perda de eficiência;

  • Danos em culturas vizinhas: quando o produto atinge plantas sensíveis próximas, causando queimaduras ou deformações. Essa consequência geralmente aparece alguns dias após a aplicação;

  • Baixa eficácia do tratamento: quando a cultura-alvo continua apresentando pragas ou doenças mesmo após a pulverização. Isso demonstra que parte significativa do defensivo não chegou ao destino correto.

Perceber esses sinais é importante para agir rapidamente. Quanto antes a deriva for identificada, maiores as chances de corrigir falhas de manejo e reduzir prejuízos nas próximas aplicações.

Principais causas da deriva

A deriva ocorre por uma combinação de fatores. Entre os principais, destacam-se quatro: condições climáticas, escolha do bico de pulverização, composição da calda e cuidados durante a operação. 

Cada um exige atenção especial para que o operador garanta eficiência e sustentabilidade na aplicação.

1. Condições climáticas

O ambiente no momento da aplicação tem impacto direto no sucesso da pulverização e deve ser monitorado com rigor. Veja os alertas:

  • Vento: velocidades acima de 10 km/h aumentam drasticamente o risco de deriva, já que as gotas leves são facilmente deslocadas para fora da área-alvo. Quanto maior a intensidade do vento, maior a distância percorrida pelas partículas;

  • Temperatura e umidade: temperaturas elevadas e baixa umidade aceleram a evaporação das gotas. Com isso, elas se tornam menores, mais leves e suscetíveis ao transporte pelo vento. Pulverizar com temperaturas abaixo de 30°C e umidade acima de 55% é considerado o cenário mais seguro.

Com isso, fica claro que monitorar as condições climáticas antes e durante a aplicação é tão importante quanto a regulagem da máquina agrícola. Ignorar esse aspecto pode comprometer todo o trabalho realizado com o pulverizador agrícola.

2. Escolha do bico de pulverização

O bico de pulverização é um dos principais responsáveis pela eficiência e pelo controle da deriva. Ele define o tamanho, o peso e a deposição das gotas. Para reduzir perdas, o operador deve considerar:

  • Definir o tamanho da gota: gotas muito finas (<150 micra) são levadas pelo vento, enquanto gotas muito grossas escorrem das folhas. O ideal é manter gotas médias a grossas;

  • Utilizar bicos de indução de ar: formam gotas maiores, preenchidas por bolhas de ar, que caem com mais precisão sem comprometer a cobertura;

  • Manter a integridade dos bicos: bicos desgastados ou danificados alteram o padrão de pulverização e comprometem a qualidade da aplicação. A substituição preventiva assegura qualidade e precisão.

Esses cuidados, aliados ao uso de ferramentas digitais, ampliam a eficiência da pulverização. O App de Pulverização Stara auxilia o operador a selecionar o bico correto, ajustar pressão e calibrar a máquina de acordo com cada operação.

A escolha correta do bico deve sempre ser acompanhada pela atenção à composição da calda, que também interfere no risco de deriva.

Veja também: Bico pulverizador do autopropelido: principais tipos e 10 dicas para escolher | Stara 

3. Composição da calda

A forma como a calda de pulverização é preparada também exerce grande influência no risco de deriva. Veja mais detalhes:

  • Usar adjuvantes antideriva: esses produtos aumentam a viscosidade da calda, formando gotas mais pesadas e menos propensas ao deslocamento pelo vento. Além disso, ajudam na aderência do defensivo às folhas, ampliando a eficiência;

  • Respeitar as recomendações técnicas: seguir a dosagem correta de cada produto é essencial. Uma calda mal preparada pode comprometer a eficácia do defensivo e elevar o risco de perda por deriva.

4. Cuidados durante a operação

Além dos fatores anteriores, a condução da máquina agrícola é determinante para reduzir riscos de deriva. Os cuidados com a operação determinam o comportamento das gotas no ar. O operador deve:

  • Manter a altura correta da barra: barras muito altas aumentam a distância de queda e deixam a gota vulnerável ao vento;

  • Ajustar a velocidade de deslocamento: velocidades excessivas reduzem a uniformidade da aplicação e aumentam perdas;

  • Regular a pressão de trabalho: pressões elevadas produzem gotas muito finas, facilmente levadas pelo vento.

O equilíbrio entre esses ajustes garante maior segurança da aplicação e aproveitamento dos defensivos.

Como evitar a deriva com um pulverizador autopropelido Stara

Felizmente, a combinação de boas práticas agrícolas com a tecnologia embarcada nos pulverizadores autopropelidos permite reduzir significativamente os riscos de deriva. Veja o passo a passo para evitar a deriva com um autopropelido Stara:

  • Monitorar vento, temperatura e umidade;

  • Pulverizar a lavoura nos horários mais adequados;

  • Selecionar corretamente o bico de pulverização;

Esses cuidados, aliados ao uso de ferramentas digitais, ampliam a eficiência da pulverização. 

Saber utilizar as tecnologias do pulverizador autopropelido

As tecnologias agrícolas da própria máquina agrícola garantem não apenas maior eficiência na aplicação, mas também mais segurança ambiental e economia de insumos no campo.

A Stara desenvolveu soluções exclusivas para os autopropelidos, que ajudam o agricultor a manter a precisão durante a pulverização, mesmo em condições variáveis de velocidade, vento e pressão.

Além disso, a empresa desenvolveu uma tecnologia específica para evitar a deriva, a Dupla Linha, como explica o engenheiro agrônomo Lucas Henrique Luersen, Analista de Marketing de Produto da Stara:

Essa inovação alterna entre dois bicos de diferentes vazões, acionados simultaneamente. Assim, é possível variar a velocidade do pulverizador autopropelido mantendo o mesmo padrão de gota e qualidade de aplicação, garantindo precisão e eficiência.

Luersen reforça, ainda, que é fundamental escolher o bico pulverizador indicado para o tipo de defensivo utilizado na lavoura — seja fungicida, inseticida ou herbicida.

Consequências da deriva na pulverização agrícola

Controlar a deriva não é apenas uma questão de economia de insumos, mas também de responsabilidade econômica, social e ambiental. Os impactos negativos podem se manifestar em curto e longo prazo.

Impactos econômicos

  • Perda de produtos e reaplicações: cada gota que não atinge o alvo representa desperdício. A necessidade de novas aplicações aumenta os custos com defensivos, combustível e mão de obra;

  • Queda na produtividade: um controle ineficiente de pragas e doenças leva à perda de qualidade e volume da colheita, reduzindo a rentabilidade da lavoura;

  • Redução de margem de lucro: no longo prazo, erros nas aplicações de defensivos podem comprometer a sustentabilidade financeira da propriedade rural.

Esse conjunto de fatores mostra como a deriva pode causar um grande impacto na produção da propriedade rural.

Danos ambientais e às culturas vizinhas

  • Prejuízos a plantações vizinhas: quando defensivos atingem culturas sensíveis, os danos podem ser irreversíveis. Isso gera custos adicionais e até necessidade de indenizações;

  • Riscos ambientais: a deriva pode contaminar fontes de água, solo e organismos não-alvo, como abelhas, fundamentais para a polinização;

  • Comprometimento dos relacionamentos: problemas na pulverização podem afetar a relação com vizinhos e a percepção de responsabilidade do produtor.

Essas consequências evidenciam a importância de investir em bons manejos e tecnologias agrícolas que assegurem a aplicação correta do produto com o pulverizador autopropelido.

Treinamento dos operadores de máquinas agrícolas

Por fim, é importante não esquecer que as tecnologias para Agricultura de Precisão só alcançam seu potencial máximo quando bem utilizadas.

Por isso, certifique-se de que os operadores dos pulverizadores agrícolas da sua propriedade estejam treinados para realizar as regulagens na máquina, sempre que for necessário:

  • Calibração correta do pulverizador autopropelido: garante que o defensivo seja aplicado na dose certa, evitando tanto desperdícios quanto falhas na proteção da lavoura;

  • Seleção dos bicos pulverizadores ideais: um operador de máquinas agrícolas capacitado entende qual bico de pulverização utilizar para cada tipo de defensivo e condição climática;

  • Interpretação de dados climáticos: saber avaliar vento, temperatura e umidade é decisivo para planejar a aplicação.

A capacitação contínua transforma o operador em um aliado estratégico da produção. Com conhecimento técnico, o profissional maximiza o desempenho do pulverizador e contribui de forma significativa para um cultivo mais seguro e sustentável.

Veja também: Inteligência Artificial na Agricultura: aplicações em máquinas agrícolas

Conclusão

O controle da deriva na pulverização é um pilar importante de uma agricultura produtiva, rentável e sustentável. 

Ao combinar boas práticas de manejo e tecnologias agrícolas, como a Dupla Linha, nos pulverizadores autopropelidos da Stara, o agricultor tem em mãos todas as ferramentas para proteger as pessoas, a lavoura e o meio ambiente.

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